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segunda-feira, 21 de junho de 2010

PARTIDA

Esse poema é dedicado a uma amiga que precisou se afastar por um tempo por questões desnecessárias citar. Embora eu esteja sofrendo bastante com isso, quero que ela saiba que eu a compreendo e vou esperar até que ela tenha resolvido tudo!


"Pois seja o que vier, venha o que vier/Qualquer dia, amiga, eu volto/A te encontrar/Qualquer dia, amiga, a gente vai se encontrar" (Canção da América - Milton Nascimento)


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Hoje uma lágrima

Escorre pelo meu rosto

E, junto com você,

Parte levando consigo

Um grande pedaço de mim.


Não, não tema!

Não olhe para trás

Enquanto eu fico

E você se vai.

Em nossa caminhada

Eis que o caminho se divide;

Não, não se preocupe!

As coisas vão melhorar.


Já nos despedimos,

Mas nenhum de nós ainda partiu!

A palavra adeus

É uma das mais ásperas:

Ao mesmo tempo

Que dilacera o coração,

Queima a garganta,

Corta a língua

E resseca os lábios.


Vai, já é tempo

Não, não chore!

Vai e leva contigo

As lembranças de tudo

O que fomos,

Tudo o que fizemos;

Deixa que eu fico

Com tua imagem

Em minha mente.


Vai, já é tempo!

Não, não chore!

Vai, amiga!

Enquanto você não volta

A saudade me faz companhia!



(Moisés Wesley)






domingo, 13 de junho de 2010

Um Começo?


E lá estávamos nós, sentados, um ao lado do outro. Mas não dizíamos nada. Queria tocá-lo, abraçá-lo. Seria o sentimento recíproco? Quem sabe...
Tão perto, tão próximos. Eu sentia seu braço roçar o meu. No entanto, mesmo tão perto, parecia que havia um abismo entre nós. Me senti tão longe dele. Não conseguia tocá-lo.
"O que está havendo?"
Pensei em dizer Oi, mas isso seria besteira, afinal, já tínhamos nos cumprimentado.
"Será que eu fiz alguma coisa?"
Não sabia o que dizer, não sabia o que pensar, não sabia o que sentir. Alguma coisa estranha passeava pelo meu coração e era fria... Senti medo.
"O que eu estou fazendo?"
Pensei então em perguntar como ele estava...
"Pra quê? Ele vai dizer que está bem e o assunto vai morrer de novo. Por que você não está falando comigo, como sempre?"
Eu não sabia o que fazer!
Não, o silêncio entre nós não era constrangedor. Já passamos por alguns silêncios antes, mas nenhum daquele jeito. Era como se o mesmo laço que nos atava, nos separasse atravessado entre nós. Por que eu estava sentindo aquilo? Daquele jeito?
"Eu... eu..."
Comecei a pensar em como eu estava distante dele. Olhei ao redor procurando uma saída. Eu poderia falar com ele ou simplesmente sair correndo dali, para algum lugar onde a falta de palavras não me incomodasse. Vi que sua mão repousava sobre o assento do banco. Estendi a mão na direção da dele, sorrateira, devagar, sem tirá-la do banco. Meus dedos iam escorregando para algum lugar onde pudessem encontrar os dele. Fazia tudo instintivamente e quase inconsciente. Se não podia falar, talvez desse certo tocar.
Olhei para ele, mas seu olhar estava distante. Olhava para frente distraído como se não quisesse perceber que eu estava ali.
"Por que eu me sinto assim perto dele? Por que ele se tornou tão importante para mim?"
Desisti de estender a mão. Me senti constrangida, tímida. Parei. Naquele momento eu teria raiva se não estivesse tão decepcionada, magoada, triste. Não entendia porque de repente comecei a ter necessidade dele. Eu o queria por perto, eu o queria falando comigo, olhando para mim, pensando em mim do mesmo jeito estranho que eu estava começando a pensar nele. Mas ele não olhava para mim, não falava comigo.
Olhei para frente também, desisti. Aceitei o quer que estivesse acontecendo e fiquei quieta com meus pensamentos e sentimentos bizarros. Estava tentando me distrair dele quando senti algo tocando meus dedos que antes haviam parado no meio do caminho quando tentei tocá-lo.
Mirei a coisa que me tocava e vi a mão dele junto da minha. Tocando a minha. Entrelaçada à minha como se o lugar dela fosse ali, abraçada à minha mão. Senti que o calor voltou a fluir em mim, ele começou em minha mão direita e saiu a passear pelo meu corpo beijando meu coração e fazendo voltas na minha barriga. A aflição feroz que existia em mim antes, foi toda destruída quando o senti pegar minha mão. Eu sorri tímida quando notei que ele sorria para mim e continuamos calados, mas não como antes. Dessa vez o silêncio era muito bem vindo e ele era o que permitia que nossas mãos conversassem, era o acalento para o meu coração. Dessa vez nossos olhos se encontraram e conversaram assim como nossas mãos e nossos corações começaram a bater no mesmo ritmo.
Por que um ato tão bobo, tão simples, fez com que eu me sentisse daquele jeito? O que estava acontecendo afinal? No que aquilo tudo poderia se transformar?
Eu nem fazia idéia, mas talvez ele pudesse me explicar.


Alanna Correia

sábado, 5 de junho de 2010

IRRACIONAL SER HUMANO

Dia 5 de junho é o dia mundial do Meio Ambiente. Por isso resolvi postar esse poema hoje. Minha intenção com ele é gerar uma reflexão levando a uma auto-crítica.


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(Imagem retirada da Revista SuperInteressante de 11/12/09 - edição 273. Na esquerda lê-se: "De um lado, o que é melhor para o planeta"; e na direita lê-se: "Do outro, o que é melhor para o homem")

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Houve um tempo

Em que o Ser Humano agia como tal.

Esse tempo se perdeu no próprio tempo.


Como seres ainda indefinidos

Agem por motivos mesquinhos.

O progresso se tornou desculpa para atos funestos.


Poluição,

Desperdício,

Desmatamento,

E acreditamos não ser nossa culpa,

Ainda crêem que os seres racionais somos nós;

Quanto engano...


Por fraqueza ou ilusão,

Pensam haver maior riqueza que a natureza,

Não percebem que a natureza é a própria riqueza.


Acreditam na sobrevivência dos mais fortes;

Mais besteira...

São todos fracos.


Onde estão os seres superiores,

Aqueles que achávamos ser?

Acreditei fazer parte da humanidade.

Porém, já não me reconheço e nem os demais.


Depois de tanta “sabedoria”.

Tempo e espaço se deslocam...

E a evolução está nos levando ao nosso fim.


O ser humano

Já não é mais SER HUMANO

É maquina,

É fantoche,

É irracional.


O Ser Humano voltará a ser humano,

Quando perceber que a verdadeira riqueza

É aquela que todos podem alcançar,

E somente se todos puderem alcançá-la,

O que será a salvação de todos.


Quem nos intitulou donos do planeta?

Nosso planeta,

Outrora quase intocável,

Agora destruído.


Por ganância ou tolice,

Chegamos até esse ponto

Quem somos nós?

Como permitimos que chegássemos a essa situação?


A dignidade se foi

Cedemos ao que nos pareceu bom

Agora, pagamos um alto preço:

O preço da ignorância.


A natureza,

Bem inestimável,

Agora pede clemência,

Ou atendemos seu pedido

Ou seremos nós que faremos o pedido de clemência!


(Moisés Wesley)