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sábado, 27 de março de 2010

NÃO HÁ MAIS PROXIMIDADE



Não consegui impedir

A proximidade se distanciou

Eu assumi todos os riscos

Já sabia o que poderia acontecer.


Tudo agora não passa

De mera formalidade

Histórias aleatórias

Histórias sem importância

Todas muito bem dialogadas

Significantemente insignificantes

Tudo muito normalmente anormal.


Expectativas criadas

São expectativas jogadas ao vento

Sempre me envolvo na ilusão de que elas voltarão

Mas a estatística me diz

Que a maioria delas não vingará.


Faz parte da essência do poeta romântico

Insistir em situações,

Amores, idéias

Que não lhe trazem reciprocidade

Cada gota de esperança,

Por menor que seja (e mesmo que criada por ele),

Alimenta sua vontade de insistir.


Quero mesmo insistir,

Faz parte de mim

E não me abrando

Ao ver algumas expectativas perdidas

Estou realmente interessado naquelas que retornaram.


Anseio que mais uma vez

A proximidade esteja próxima

Tão intima e intensa

Que não possa mais partir

Entre tantas expectativas,

Por hora, esta é a maior delas.



(Moisés Wesley)



quarta-feira, 24 de março de 2010

Desculpa



Me perdoa por eu não ter aberto a porta aquele dia. Me perdoa por não atendido o telefone, e por não ter respondido seus recados. Me perdoa por ter te mandado embora e por todas aquelas coisas que eu disse. Eu ouvi quando você cantou, ouvi quando você me contou seus sentimentos através da porta, eu chorei quando ouvi você caindo no chão aos prantos. Me perdoa por não ter te abraçado forte aquele dia e me perdoa por ter te deixado só naquele lugar. Perdão por eu não ter dito o que eu sentia de verdade por você. Perdão por não te entender como você queria e merecia. Eu sempre me achei pouco demais para você e a única coisa que eu fazia era me esforçar para que você pensasse que eu era o suficiente para você, mas você nunca se importou com isso, não é? Para você eu sempre fui bom o suficiente, eu era apenas o que você queria. Eu lutei tanto para ser melhor, que me tornei alguém que você odiou. E eu sei que você percebeu isso. Eu fui inseguro e por não querer te dizer isso acabei te afastando de mim. Me perdoa por não ter te contado tudo o que eu sentia, quando você me pediu uma resposta. Eu tive medo de me perder em você. Quando você me olhava com aquele olhar triste, tudo o que eu pensava era que aquilo era culpa minha. Eu te causava toda aquela dor por não me aceitar do jeito que eu sou, por querer te alcançar, por simplesmente não entender o que você queria. Você não queria um super herói, você não queria alguém de quem se orgulhar, você não queria status, nem inteligência, nem força, você só me queria por perto, do jeito que eu era antes, mas eu não percebi isso há tempo. Me perdoa por eu nunca ter aprendido a te amar?


Alanna Correia
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Tempos sem atualizar. Quis escrever um texto mais simples e não sei se tá entedível. Acho que ficou meio estranho e rosa demais. Haha!
Paz.

domingo, 14 de março de 2010

NOBRE SILÊNCIO (?)



O mês era setembro, já era a penúltima semana do mês. As flores da primavera já mostravam sua máxima beleza. Eu gostava de ficar sentado ao lado de uma árvore observando a beleza deste período do ano – os pássaros cantando, as formigas trabalhando organizadamente, as pessoas com seus semblantes mais felizes, a leveza do vento, as borboletas com as mais variadas e belas cores em suas asas voando tão próximas de mim a ponto de pousarem em meu dedo, entre outras coisas. Havia uma árvore próxima a minha casa que, a meu ver, era a mais bela de todas e por isso era de baixo de sua sombra que eu gostava de passar as tardes, ora lendo, ora escrevendo, ou mesmo não fazendo nada!

Porém, talvez o que eu mais goste deste mês é o fato de que foi nele que uma das criaturas mais belas que já conheci nasceu. Não sei se a primavera a deixa mais bela ou é ela que faz da primavera uma estação tão especial para mim. E foi nesta estação do ano que percebi o quanto estava ligado a ela.

O fato é que nunca falei o quanto ela significa e talvez eu nunca fale. Sempre que a vejo os sintomas são inevitáveis: meu coração acelera e tenho a sensação de que ele vai saltar pela boca, minhas mãos suam e tenho a impressão de que minhas pernas perdem levemente a firmeza, meus olhos dilatam e brilham, tento disfarçar não olhando fixamente para ela, mas meus olhos me traem e não me obedecem.

Não nos vemos e tampouco nos falamos freqüentemente. Meus amigos me perguntam como é possível, por que eu gosto tanto de alguém que passo tanto tempo sem nenhum contato.

Já pensei em diversas respostas e a verdade é que não há resposta. Quem pode explicar como os sentimentos surgem e como conseguem permanecer?

Mas se eu fosse arriscar um palpite, eu diria que isso se deve a ela. Ela é o tipo de pessoa que você passa um curto período de tempo e já quer transformar este momento em eterno, ela passa a ser tão freqüente no imaginário que, mesmo nos dias que está ausente, ela ainda sim parece presente! Ela vem de maneira tão suave, tão leve, tão doce, tão natural que não é possível perceber o processo, apenas o resultado do seu jeito gentil de ser!

Alguns já me perguntaram por que hesito tanto. E eu invento que é por que... Por que... Por que não é o momento certo, por que não quero assustá-la, por que estou me aproximando aos poucos...

A verdade mesmo é que tenho receio, e não sei quando e nem como ele se instalou, mas ele está tão fincado que já é capaz de bloquear minhas palavras e ações e sempre que aparece a oportunidade eu permaneço inerte enquanto ela se esvai entre meus dedos!

A verdade é que tenho medo de afastá-la de mim, de perder o bom relacionamento que estabelecemos, de perder a nossa amizade. Tenho medo de dizer o que sinto, tenho medo do que possa acontecer. Sei que é um medo tão tolo que chego a sentir embaraço por tê-lo!

Sei que talvez o silêncio não seja a melhor atitude, mas, por hora, me parece ser a única opção!

Enquanto isso, meus mais sinceros sentimentos estarão guardados no mais profundo nobre silêncio. Aliás, será mesmo nobre?



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Outro dia a Alanna postou um poema e na ocasião eu brinquei dizendo que qualquer dia eu postaria uma prosa. Bom, depois de um tempo considerável consegui escrever uma. Espero que gostem!

P.S: As idéias contidas no texto não representam necessariamente a opinião do autor, (eu sempre quis dizer isso! rsrsrs) ou talvez representem. Quem sabe? kkkkkk

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um Pouco Mais de Silêncio


Pergunto-me então onde deixei aquelas palavras. Sei que elas estavam na ponta da língua, lutando para sair e ganhar vida. Aquele sorriso que tanto admiravam está estampado no mesmo rosto e da mesma maneira que antes de todos aqueles problemas. Aquele desdém curioso ainda espia de dentro daqueles olhos cheios de vida. O calor, a voz, a presença, tudo está do mesmo jeito que deixei menos aquelas palavras. Aquelas palavras, aquelas que escolhi cuidadosamente, elas não sei onde deixei. As palavras que eu diria quando me perguntassem “Está tudo bem?”, ou aquelas outras que reservei para dizer quando o silêncio se instaurasse no ar. Perdi as palavras que eu deveria dizer quando me dissessem “eu gosto de você” e aquelas que guardei para dizer na hora que me dissessem “até mais” assim como perdi aquelas que se usam antes ou depois que se diz “estou com saudades”. Perdi todas as palavras que queria dizer. Esqueci onde deixei todas as palavras que eu guardei com cuidado esperando pelo momento ideal em que eu poderia dizê-las. E agora diante deste silêncio que se instaurou entre nós, agora diante desse incômodo que este silêncio trouxe, eu já não tenho mais nada a dizer. Nada para quebrar o silêncio, além de mais um pouco de silêncio.


Alanna Correia