O desejo de desabafar
Tão pulsante em meu
peito irritado
Já começa a rasgar o
silêncio
Não quero consolo
Não quero que me
apontem soluções.
Senti um desejo
dilacerante
De gritar minhas
tristezas
Minhas incertezas,
Gritar que por hoje já
basta!
Procurei muitos
lugares
Onde eu pudesse chorar
Onde eu pudesse,
enfim, me expandir
Sinto-me tão reprimido
Já não há espaço
suficiente dentro de mim
Para mim mesmo.
Não achei tal lugar
Então, por
introspecção,
Tentei desabafar
sozinho e encontrei-me comigo
Nem eu mesmo me deixei
reclamar.
Percebi que não
importa
Quão revoltado eu me
sinta
Eu simplesmente não
tenho direito a isso!
Quantas vezes me senti
frustrado
Por amores não
correspondidos
Por sonhos não
realizados
Por não ter tudo que
quero,
Mas agora minha maior
frustração
É me sentir frustrado
Por que sei que não há
motivos!
Há coisas esplêndidas
demais
Não há tempo para
revoltar-se
Não há tempo para
frustrações!
Então, de onde veio
essa revolta?
Se há coisas que me
inquietam
E me tiram a paz de espírito,
Ao invés de me
revoltar
É melhor traçar um
plano de transformação,
O tempo será mais bem
gasto assim!
Agora captei o sentido;
Esta revolta tão
cortante
Não era contra o mundo,
Era contra mim mesmo!
As modificações
ocorrem de dentro para fora,
E não o inverso!
Finalmente entendo:
O mundo em que estou
inserido
É o reflexo daquilo
que sou
E será reflexo
Daquilo que eu me
tornar!
(Moisés Wesley)