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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

DESABAFO







O desejo de desabafar
Tão pulsante em meu peito irritado
Já começa a rasgar o silêncio
Não quero consolo
Não quero que me apontem soluções.

Senti um desejo dilacerante
De gritar minhas tristezas
Minhas incertezas,
Gritar que por hoje já basta!

Procurei muitos lugares
Onde eu pudesse chorar
Onde eu pudesse, enfim, me expandir
Sinto-me tão reprimido
Já não há espaço suficiente dentro de mim
Para mim mesmo.

Não achei tal lugar
Então, por introspecção,
Tentei desabafar sozinho e encontrei-me comigo
Nem eu mesmo me deixei reclamar.

Percebi que não importa
Quão revoltado eu me sinta
Eu simplesmente não tenho direito a isso!

Quantas vezes me senti frustrado
Por amores não correspondidos
Por sonhos não realizados
Por não ter tudo que quero,
Mas agora minha maior frustração
É me sentir frustrado
Por que sei que não há motivos!

Há coisas esplêndidas demais
Não há tempo para revoltar-se
Não há tempo para frustrações!
Então, de onde veio essa revolta?

Se há coisas que me inquietam
E me tiram a paz de espírito,
Ao invés de me revoltar
É melhor traçar um plano de transformação,
O tempo será mais bem gasto assim!

Agora captei o sentido;
Esta revolta tão cortante
Não era contra o mundo,
Era contra mim mesmo!
As modificações ocorrem de dentro para fora,
E não o inverso!

Finalmente entendo:
O mundo em que estou inserido
É o reflexo daquilo que sou
E será reflexo
Daquilo que eu me tornar!


 (Moisés Wesley)